terça-feira, 29 de janeiro de 2008

A história do Amancio


A minha mãe sempre foi um espectáculo!
Um dia saiu-se com uma boa num daqueles encontros típicos das famílias numerosas em que todos falam, opinam, contrariam e desatinam. Rezava assim: Sabem meninos que ali junto à Parreira na Avenida da Bélgica morreu um fulano de mota. O famoso Amâncio que desde logo baptizámos! Ia de motoreta V5 atrás duma Toyota Dyna de caixa aberta carregada de chapas de zinco onduladas.Então surpreendentemente levantou-se um vento dos demónios e uma placa soltou-se e cortou-lhe a cabeça... ela rolou dentro do capacete e foi quedar-se à beira do muro. A história era todos os anos acrescentada com novos pormenores aquando do "Dia Mundial das Carolas" - um domingo de Carnaval em que todos comiamos bons pratos de carolas e excelentes carnes de porco, enchidos, etc..
Assim, o azarado Amancio ultrapassou, sem cabeça, a carrinha em grande aparato e perante a incredulidade das testemunhas. Um verdadeiro desastre ou o começo do fim do mundo!
Ainda hoje se fala do dito e continuamos a acrescentar mais umas achas: ainda há-de haver um tempo em que os nossos netos falarão do Amancio que seguia numa nave unipessoal, assim não falte o milho face à evolução tecnológica e a vontade para as famosas "carolas". Não me venham com histórias que os biocombustiveis vão acabar com isto tudo...Não! A evolução não apaga as pequenas tradições e a recordação de bons momentos.

Sem comentários: